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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

“Convergências” – A Poesia Visual de Tchello d’Barros



C O N VI T E


O espaço de exposições do Largo das Letras, Rio de Janeiro – RJ, apresenta a exposição Convergências, composta de poemas visuais do catarinense Tchello d’Barros. A mostra apresenta também o álbum fotográfico Palavraria Pública, um exercício de street photography, onde o autor fotografa – no Brasil e em diversos países - recortes de frases em placas, out-doors, fachadas de lojas, etc, resultando num diálogo inusitado com as obras de Poesia Visual. Para a poeta Andrea Lúcia, curadora da exposição, “esta é uma boa oportunidade para o público carioca e fluminense conferir como os trabalhos de diferentes fases desse poeta visual se relacionam com sua produção contemporânea”, pois a mostra traz para o Rio de Janeiro algumas criações recentes e mesmo alguns trabalhos inéditos do autor. Embora Tchello d’Barros tenha também publicado até o momento cinco livros de poemas ‘convencionais’, começou mesmo foi com poemas visuais lá pelos idos de 1993, em Blumenau – SC, e segue numa produção lenta mas constante, numa média de meia dúzia anualmente. Desde 2004 está radicado em Maceió – AL, e por conta das oficinas literárias que ministra sobre o tema, reuniu alguns trabalhos de séries mais representativas e estreou a mostra em 2006, no NAC – Núcleo de Arte Contemporânea, em João Pessoa – PB. Na seqüência, em 2007, foi exibida no Misa – Museu da Imagem e do Som de Alagoas, em Maceió – AL. Em 2008 foi apresentada no CEN - Congresso Internacional de Literatura Lusófona, em Blumenau – SC. Após essa passagem pelo Rio, a mostra segue a itinerância para outras capitais brasileiras.
Para a abertura da exposição em Santa Tereza, haverá também um sarau de poesia, coordenado pelo poeta Luiz Fernando Prôa, que realiza na cidade diversas ações literárias, além de editar o site Alma de Poeta, onde Tchello realiza curadorias virtuais. No sarau, além da apresentação dos Poemínimos – micro-poemas Verbi-voco-visuais de Tchello d’Barros – diversos poetas estarão presentes para recitar seus próprios poemas. Na sequência, apresentação musical (guitarra, violão e piano) com Aloysio Neves trazendo arranjos de Toninho Horta, Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal, A. Neves, Joe Pass, Villa-Lobos e Tom Jobim, entre outros.

Programa
Abertura às 19:00hs
- Exposição de Poesia Visual - Tchello d’Barros
- Exposição do álbum Palavraria Pública - Tchello d’Barros
- Sarau Alma de Poeta - coordenação de Luiz Fernando Prôa
- Apresentação Musical (guitarra, violão e piano) - Aloysio Neves

Clique na imagem para ver o convite

SERVIÇO

Abertura: quinta-feira 03 set 2009 - das 19 às 24h
Local: Livraria Largo das Letras - Tel. (21) 2221-8992
Rua Almirante Alexandrino, 501 Largo do Guimarães
Bairro Santa Tereza - Rio de Janeiro - RJ
Entrada franca
Visitação: 04 set à 04 out 2009 - Terça à Domingo - das 14 às 24h
Curadoria: poeta Andrea Lúcia agatha_triste@hotmail.com
Mais informações: Tchello d’Barros tchello@tchello.art.br

Agradecimentos:
Anna Mallet – Largo das Letras
Luiz Fernando Prôa – Alma de Poeta
Paulo Rafael – Pizzas Artesanais



Informações Complementares:
Como chegar:
De carro: Pode subir pelas ruas Cândido Mendes, na Glória, Monte Alegre, no Bairro de Fátima, Joaquim Murtinho, na Rua do Riachuelo, é só seguir os trilhos do bonde.
De ônibus: Há duas linhas, 206 e 214, o ponto final fica na Av. Nilo Peçanha, ao lado do Buraco do Lume, antes de subir o morro tem parada na rua Gomes Freire, Lapa, em frente ao Supermercado Rede Economia e Banco Itaú.
De Bonde: Há horários de meia em meia hora, o último partindo ás 20:30h, é só se dirigir a estação ao lado do prédio da Petrobrás, na av. Chile, Centro.
Gastrô: no local pode-se tb degustar as Pizzas Artesanais de Santa Tereza, acompanhadas por um bom vinho, uma cerveja bem gelada, limonada suíça, doces e a cachacinha Caraíba, da cidade de Paraopeba, M. G, guardada em barril de jequitibá. Tudo ao ritmo e a velocidade tranquila do bairro de Santa Tereza.
Feriado: O espaço estará aberto também na segunda-feira do feriado de 07 de setembro.

Tchello d’Barros: à vista e a prazo.
por Al Chaer


Apresentar Tchello d’Barros é ao mesmo tempo honra e desafio. Mais honra que desafio. Pois a primeira se basta e o segundo não se esgota.

Tenho o privilégio de participar (acompanhando) de parte da trajetória de Tchello d’Barros nestes últimos 10 anos. Era 1999, quando conheci Tchello d’Barros através dos seus poemínimos. Já naquela época me via diante de um texto dentre os mais densos que tinha lido. Concisão com cisão de palavras. Precisão que as palavras precisam.

Dez anos se passaram e, neste período, vi que os poemínimos de Tchello d’Barros não caminhavam sozinhos. Vinham junto às demais faces deste Tchello-muilti-tudo: poeta, designer, desenhista, artista plástico, poeta visual, fotógrafo, artista digital, haicaísta, cordelista, cronista, promotor cultural, palestrante, viajante e profundo conhecedor da história das artes.

Assim, montando este quebra-cabeça, consegue-se entender um pouco mais sobre a palavra “olhar”. Quando o “olhar” é sentimento. Sentimento de encontro. Toda a Poesia (na acepção mais ilimitada da palavra) que Tchello nos revela nas diversas manifestações de sua obra - riquíssima e rara - é o sentimento de seu “olhar” que convida o nosso “olhar” para um abraço.

Nos idiomas, as palavras envelhecem, algumas chegam a morrer. Da maneira rara como Tchello as vê, as palavras se tornam mais jovens. Da forma surpreendente, criativa e talentosa como Tchello nos mostra, as palavras nos rejuvenescem. Assim também o é com as cores, com as formas e com as imagens.

O mais impressionante na construção de sua obra artística é o eixo que a norteia: há uma coerência em que clareza e simplicidade são cúmplices. E uma objetividade que nos faz concluir que, se Tchello sente com o “olhar”, ele “pensa” com um trabalho rigorosamente planejado e cuidadosamente estabelecido em um cronograma sem fim. Seu “olhar” não pára de trabalhar.

Tenho o prazer de falar que, pessoalmente, Tchello é melhor ainda que sua obra. Porque as palavras, as cores e as imagens GOSTAM DELE.

A obra de Tchello d’Barros comprova que a Poesia não é feita apenas com palavras. A Poesia de Tchello é uma passagem...só de ida. Sem volta. Pudera! Voltar pra quê? E pra onde?

E por quê do título “Tchello d’Barros: à vista e a prazo”? Porque a obra de Tchello d’Barros é a vista dele, para deixar a nossa vista mais bela. E a prazo, porque sua arte é para ser absorvida em suaves prestações: a perder de vista.


AL-Chaer
Goiânia, 25 de agosto de 2009


Recebido de Andrea Lucia da Poemas à Flor da Pele

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